ICONE – Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais

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PERGUNTAS E RESPOSTAS

Modelos Econômicos e Impactos das Negociações

Para que servem os modelos econômicos nas negociações comerciais?

Os modelos econômicos são as ferramentas utilizadas para analisar os impactos (ganhos e perdas econômicos) das negociações comerciais. Um exemplo de ganhos e perdas resultantes de redução de barreiras protecionistas pode ser visualizado considerando o caso hipotético descrito em Mankiw (2001, p. 199-200):
"Imagine que o país de Isolândia ignore o parecer de seu grupo de economistas e decida não permitir o livre comércio de aço. O país permanece em equilíbrio sem o comércio internacional. Então, um dia, um inventor de Isolândia descobre um novo método de produzir aço a custos muito baixos. Contudo, o método é bastante misterioso e o inventor insiste em mantê-lo secreto. O que é estranho é que o inventor não precisa de trabalhadores ou ferro para fabricar o aço. O único insumo de que necessita é trigo. O inventor é saudado como um gênio. Como o aço é usado para fabricar tantos produtos, a invenção reduz os preços de muitos bens e permite que os habitantes de Isolândia desfrutem um padrão de vida mais alto. Os trabalhadores que antes trabalhavam na siderurgia sofrem quando as usinas fecham, mas acabam encontrando emprego em outras atividades. Alguns se tornam agricultores e cultivam o trigo que o inventor transforma em aço. Outros vão para novas indústrias que surgem em decorrência da maior prosperidade dos habitantes de Isolândia. Todos entendem que o deslocamento desses trabalhadores é parte inevitável do progresso. Alguns anos depois, um repórter decide investigar esse misterioso processo de fabricação do aço. Entra sorrateiramente na fábrica do inventor e descobre que o inventor é um impostor. Ele não fabrica aço nenhum. Em vez disso embarcou ilegalmente trigo para vender no estrangeiro e importou aço de outros países. A única coisa que o inventor descobriu foram os ganhos de comércio internacional. ... Ele não era um inventor. Ele era apenas um economista." No exemplo acima, o país tinha barreiras comerciais, mas a economia ganhou quando o economista comercializou trigo ilegalmente, ou seja, simulando um livre comércio naquele produto. Os modelos econômicos servem para prever e mensurar o ganho na economia resultante dos setores ganhadores (no exemplo de Mankiw, outros setores que usam o aço) e perdedores (no exemplo de Mankiw, a siderurgia) decorrentes de um processo de liberalização comercial (ou outra medida política exógena). No exemplo citado, se o grupo de economistas que decidiu não permitir o livre comércio de aço tivesse procurado simular os resultados econômicos sem e com comércio internacional (ou seja, tivesse realizado previsões por meio de modelos econômicos), a decisão poderia ter sido diferente, uma vez que se verificou um ganho econômico no país.
Portanto, os modelos econômicos são utilizados para responder perguntas do tipo: "o que ocorreria se os agentes econômicos se comportassem de acordo com a teoria econômica e determinado evento ocorresse?" Em outras palavras, os modelos são utilizados para gerar previsões de impactos de políticas econômicas, de mudanças tecnológicas, de eventos climáticos e de qualquer outro fenômeno que possa ser modelado economicamente. Na prática, esses modelos têm servido de instrumento para auxiliar na avaliação e decisão de políticas econômicas, principalmente relacionadas a comércio internacional, política tributária e ambiental. 

Glossário

O que são modelos econômicos?

São equações matemáticas que procuram representar, de maneira simplificada, o comportamento dos agentes econômicos, isto é, consumidores, empresas e governo. Por exemplo, os produtores de um determinado bem irão produzi-lo mais à medida que o preço do mesmo aumentar ou que a taxa de câmbio aumentar, ou seja, se desvalorizar de forma a viabilizar a sua exportação. Os consumidores, por outro lado, vão aumentar o consumo do mesmo produto à medida que o preço se reduzir e/ou que sua renda aumentar. Neste caso, as equações matemáticas poderiam ser do tipo:
QP = Y1P + Y2TC (1)
QD= -b1P + b2R (2)
Onde: QP é a quantidade produzida; QD é a quantidade demandada; P é o preço do produto; TC é a taxa de câmbio e R representa a renda da população analisada.
A quantificação das respostas dos agentes a essas variações depende de parâmetros, escolhidos ou estimados, chamados de elasticidades do modelo. No caso das equações (1) e (2) acima as variações marginais são calculadas a partir dos parâmetros Y1, Y2, b1 e b2. Com aquelas equações estimadas na forma logaritmica, as variações marginais correspondem às elasticidades do modelo. A partir da modelagem destes comportamentos podem ser realizadas simulações de mudança nas variáveis exógenas (que geralmente são a taxa de câmbio e a renda) e assim identificar o impacto nas variáveis endógenas (que podem ser os preços e as quantidades) do modelo. Os modelos são geralmente descritos para uma economia em equilíbrio, ou seja, com oferta igual à demanda. 

Glossário

Qual a diferença entre modelos econômicos e modelos econométricos?

As pessoas comumente confundem esses dois termos: modelos econômicos e econométricos. Ambos são equações matemáticas, que geralmente sofrem algumas derivações até chegar à equação matemática final que será utilizada. Entretanto, modelos econômicos e modelos econométricos são bastante diferentes.
Os modelos econômicos buscam uma equação que melhor represente o comportamento de produtores e consumidores. Os modelos econométricos são uma ferramenta estatística para se conseguir estimar o comportamento definido no modelo econômico da maneira mais próxima da realidade.
Por exemplo, considere um modelo econômico simples que representa como o produtor de um dado bem responde a preço. Há duas variáveis neste modelo: quantidade produzida e preço. Este é o modelo econômico. Para identificar o padrão de comportamento dos produtores do setor estudado deve-se ter, por exemplo, uma série de tempo com dados de produção e preço. O modelo econométrico utiliza estes dados para estimar esse modelo econômico.
Portanto, os modelos econômicos e econométricos são complementares. Enquanto o primeiro representa um comportamento simplificado dos agentes econômicos, o segundo busca quantificar através de dados passados este comportamento da melhor maneira possível. 

Glossário

Como os modelos permitem analisar os efeitos da redução de barreiras comerciais sobre bem-estar, PIB, emprego, remuneração dos fatores, atividade setorial e fluxos comerciais?

Os modelos econômicos são construídos de forma a representar o comportamento da economia em equilíbrio num momento ou ao longo do tempo, a partir dos dados econômicos disponíveis. Reduções de barreiras comerciais representam uma mudança (ou distúrbio) no equilíbrio inicial do modelo, ou seja, representam a mudança na variável exógena. A partir dessa mudança, o modelo procura outro ponto de equilíbrio para as variáveis endógenas. As variáveis endógenas podem ser: o PIB, o nível de emprego, a remuneração dos fatores, o nível das atividades setoriais e os fluxos comerciais. A maneira como essas variáveis exógenas e endógenas se relacionam entre si é prevista pela teoria econômica e representada nos modelos econômicos.
Por exemplo, se houvesse uma redução na tarifa de importação de açúcar dos Estados Unidos, o preço dessa commodity no mercado mundial poderia aumentar em função do aumento de demanda dos americanos, provocado pelo menor preço. Os produtores brasileiros responderiam com maiores exportações e, para tal, contratariam mais trabalhadores, usariam mais máquinas, comprariam mais insumos. O emprego aumentaria e/ou os preços dos fatores de produção aumentariam no Brasil. Outros setores, menos competitivos ou que não foram favorecidos pela política comercial, provavelmente reduziriam sua produção. Dessa forma, o modelo mostraria um aumento nas exportações brasileiras de açúcar, um aumento na remuneração dos fatores de produção, que gera um aumento no PIB e no bem-estar (aumento na renda). Neste caso, a tarifa de importação é a variável exógena e o PIB, emprego e demais variáveis de resultado são as variáveis endógenas do modelo. 

Glossário

O que são modelos de curto e longo prazo?

Modelos de curto prazo distinguem-se dos de longo prazo por considerarem algum tipo de rigidez na economia comum a curtos períodos de tempo. Por exemplo, a dificuldade de mobilidade de mão-de-obra e de capital (infra-estrutura física) entre diferentes setores da economia, a existência de desemprego elevado (salários reais não podem ser reduzidos para aumentar a contratação de trabalhadores), entre outros. Considerando o exemplo hipotético dado acima, um modelo econômico poderia prever um aumento de produção da soja (em conseqüência do aumento das suas exportações) considerando que fosse possível que o capital e a mão-de-obra empregados em outras atividades (agropecuárias ou não) fossem deslocados para a produção de soja. Esse seria um resultado de longo prazo. Por outro lado, o modelo poderia considerar que o capital utilizado na produção da soja fosse específico para a sua produção, dessa forma, não adiantaria contratar mais capital (máquinas, equipamentos, estrutura física) de outras atividades da economia, pois eles não seriam úteis para a produção de soja. Nesse caso, temos uma rigidez no deslocamento de fatores, e, portanto, um resultado de curto prazo. Nesse exemplo, a diferença básica entre curto e longo prazo é que o capital utilizado em outros setores pode ser convertido em capital para produção de soja apenas no longo prazo. 

Glossário

O que são modelos de micro-simulação?

Modelos de micro-simulação são os que procuram estimar os resultados de mudanças em preços de bens, serviços e fatores de produção (trabalho, terra, capital) sobre diferentes classes de renda na economia, utilizando dados de pesquisas domiciliares, como a PNAD e a POF. Tais modelos são interessantes quando se deseja conhecer o resultado dos impactos simulados sobre a distribuição de renda e redução nos níveis de pobreza. Esses modelos têm sido utilizados combinados aos modelos de equilíbrio geral, potencializando o alcance de ambos. 

Glossário

Qual a relação entre modelos estáticos e dinâmicos e modelos de curto prazo e de longo prazo?

O horizonte de prazo não necessariamente está ligado à questão da dinâmica ou estática do modelo. Modelos estáticos podem representar o longo prazo se não houver impedimentos ao deslocamento de capital e trabalho dentro de uma região, rigidez em salários, etc. Ao mesmo tempo, um modelo dinâmico pode considerar que o capital investido em um setor não pode mais ser transformado em capital para outro setor em períodos futuros, o que é uma pressuposição de curto prazo.

Quais as modelagens que têm sido mais utilizadas (de equilíbrio geral ou equilíbrio parcial) para avaliar impactos na área de liberalização comercial?

Modelos de equilíbrio parcial mais utilizados para mensurar impactos em políticas comerciais agrícolas são FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute), ERS-PennState (Economic Research Service and Penn State University), ESIM (European Simulation Model), FAPSIM (Food and Agricultural Policy Simulator), OECD's AGLINK model, POLYSYS-ERS (Policy Analysis System-Economic Research Service) e SWOPSIM (Static World Policy Simulation Model) entre outros, em que cada um deles foi desenvolvido focando determinados produtos e países de interesse para o modelador. Entre os modelos de equilíbrio geral, o modelo GTAP (Global Trade Analysis Project), e/ou sua base dados, vêm sendo mais utilizados pelos pesquisadores. Os trabalhos de mensuração dos impactos na área de liberalização comercial podem utilizar ambas modelagens, a depender da "expertise" do pesquisador e do objetivo da pesquisa.
Tais estudos buscam auxiliar: aos negociadores nas tomadas de decisões, uma vez que passam a tomar conhecimento de possíveis mudanças nos preços internacionais, produção, comércio, entre outros; aos produtores para conhecimento dos setores que poderão se desenvolver e os que poderão ser prejudicados em cada país, assim como a sociedade em geral, entendida como sendo os consumidores, onde os modelos podem indicar os potenciais ganhos ou perdas líquidas em bem-estar. Para atingir tais objetivos, podem ser utilizados os diferentes modelos com seus respectivos bancos de dados, que consistem em informações de comércio, produção, etc, e, ou, informações de variáveis exógenas como elasticidades, preço e renda, por exemplo. Assim, diante de diferentes possibilidades metodológicas e de objetivos, tanto as modelagens de equilíbrio parcial quanto às de equilíbrio geral são amplamente utilizadas para avaliar impactos de liberalização comercial. Além das metodologias acima mencionadas, outras ainda foram desenvolvidas, principalmente de equilíbrio parcial, por serem mais específicas e focarem diferentes produtos dependendo do interesse que se deseja obter. O foco em produtos e mercados específicos é vantajoso pela possibilidade de se estimar elasticidades necessárias no modelo de forma mais realista ao universo estudado. Alguns pesquisadores também alteram informações relevantes, principalmente em modelos de equilíbrio geral, buscando melhorá-los e assim obter maior consistência dos resultados. Daí a variação de resultados em alguns trabalhos similares.
Resultados de impactos de liberalização comercial são mais consistentes e indicam consistência também nas metodologias utilizadas quanto mais próximos forem os resultados encontrados em diferentes estudos. Entretanto, quando estes são divergentes, faz-se necessário um maior detalhamento e análise criteriosa dos dados e da metodologia, para se verificar as possíveis inconsistências em dados e metodológicas, e obter-se resultados mais próximos da realidade. 

Glossário

Até que ponto os modelos de equilíbrio geral e parcial influenciam as políticas comerciais de países como os EUA e o Brasil?

Nos países desenvolvidos, principalmente nos EUA, nos países da União Européia e na Austrália, esses modelos têm sido utilizados há mais tempo como instrumentos de avaliação de políticas comerciais e de outras políticas. Nesses países, políticos propõem determinada política e esperam os resultados de pesquisas de universidades e outras instituições antes de decidirem sobre a política proposta. Os resultados de modelos de equilíbrio geral estão entre os resultados consultados por esses políticos. Alguns dos principais órgãos de pesquisa que vêm apresentando este tipo de informação para os governos são ligados ao Banco Mundial, Center for Global Trade Analysis da Purdue University (responsáveis pela base de dados e modelo conhecidos como GTAP), pesquisadores ligados à FAO (Food and Agriculture Organization of United Nations), pesquisadores do Centre of Policy Studies da Monash University (Melbourne, Austrália), a ABARE (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics) e a USDA (United States Department of Agriculture) entre outros. No Brasil e em muitos países em desenvolvimento, ainda não se observa tal coordenação. As decisões políticas geralmente independem dos resultados dos modelos, seja de equilíbrio geral ou de outro tipo. Geralmente, as decisões são baseadas mais em critérios "políticos" e menos em critérios científicos. Verifica-se na história recente deste tipo de pesquisa no Brasil que, tanto o processo de abertura unilateral, no final da década de 1980 e início da década de 1990, quanto o processo de criação do Mercosul foram precedidos de poucos exercícios de modelagem. Durante e após esses processos de abertura tais exercícios foram realizados de forma mais intensa.

Por que estudos considerando impactos semelhantes podem apresentar resultados diversos? Quanto cada um deles pode acertar?

Os modelos econômicos que procuram antecipar possíveis resultados de políticas que serão implementadas no futuro não costumam relacionar uma margem de erro para os seus resultados. Deve-se ter em mente que todo modelo econômico é uma representação simplificada da realidade e pressupõe vários fatores que não se alteram. Dessa forma, são como um "laboratório" para experimentos econômicos. Até que ponto os modelos são capazes de acertar depende da interação entre vários aspectos: qualidade da base de dados inicial, capacidade da teoria em representar a realidade e realismo das políticas simuladas. Em relação à capacidade do modelo de representar a realidade os pesquisadores podem procurar adicionar informações na tentativa de aperfeiçoar modelos já existentes produzindo resultados mais precisos que podem ser diferenciados dos produzidos em outros estudos. Entretanto, vale ressaltar que esta tentativa pode provocar efeitos contrários ao esperado se cuidados metodológicos não forem tomados (um exemplo disto pode ser visto em "Comentários sobre o trabalho "Winners and Losers: Impact of the Doha Round on Developing Countries"). Além disso, divergências podem ser originadas de pressuposições do modelo com relação ao período analisado.
Resultados de curto prazo podem originar resultados diferentes dos que consideram o longo prazo. Dessa forma, quando um modelo prevê um impacto, por exemplo, de 5% nas exportações de um país, deve-se ter esse número como um indicativo de direção e magnitude, que será tão próximo do provável resultado real quanto mais fiéis forem o modelo, a base de dados e a política simulada em representar a realidade, considerando que aspectos da economia não captados ou mantidos constantes pelo modelo não sejam alterados (por exemplo, a política salarial, monetária, cambial, etc). Além disto o uso de modelos de equilíbrio geral e parcial podem originar resultados diferenciados para um setor ou produto específico, em função do maior grau de detalhamento oferecido pelo equilíbrio parcial e das interações entre diferentes setores da economia ("feedbacks") nos modelos de equilíbrio geral.
A disponibilidade de vários modelos e estudos com resultados diferentes sobre uma determinada questão comercial deve ser vista como um ponto positivo no uso da modelagem econômica. Assim, é possível comparar resultados de diferentes modelos de maneira que, se esses resultados forem semelhantes em direção, darão maior segurança sobre os possíveis impactos de determinada política comercial, e se forem diferentes, será possível comparar bases de dados, pressuposições e choques aplicados de forma a identificar os estudos que melhor representam a realidade e a questão estudada. 

Glossário

Como mensurar ganho em Bem-estar?

Mudanças em bem-estar representam o saldo entre ganhos e perdas dos agentes (consumidores, produtores e governo) em termos de renda, consumo e mudanças de eficiência na alocação de recursos na economia. Esses ganhos e perdas são originados pelas mudanças em preços, em quantidades demandadas e ofertadas e na arrecadação do governo (imposto) quando se aplica um choque no modelo. Por exemplo, quando se aplica um choque de remoção de uma tarifa à importação de um bem, geralmente observa-se uma queda na quantidade produzida e no preço recebido pelo produtor doméstico (devido ao aumento da concorrência e da oferta do produto importado). Ao mesmo tempo, observa-se um aumento na quandidade demandanda pelo consumidor (devido ao aumento da oferta total e da queda do preço), e uma queda na arrecadação de impostos do governo. Dessa forma, produtores e governo sofrem diminuição de renda enquanto consumidores aumentam seu consumo.
Ainda, como a produção doméstica reduz, recursos ou insumos que antes eram utilizados na produção do bem doméstico protegido pela tarifa agora deixam de ser utilizados na produção deste bem, e passam a ser utilizados por outros setores mais eficientes. O efeito final sobre o bem-estar é dado pela diferença entre os ganhos (aumento no consumo e na eficiência de alocação de recursos) e perdas (queda nas rendas de produtores e governo) na economia. Isto pode gerar um saldo positivo ou negativo, indicando um ganho ou perda de bem-estar, respectivamente.
Nos modelos de equilíbrio parcial cada um desses efeitos é mensurado para que se calcule a variação em bem-estar. Já nos modelos de equilíbrio geral, o choque afeta ao mesmo tempo todos os setores e consumidores, considerando as relações entre estes, ou seja, o impacto em um setor provoca mudança na produção de todos os setores, mudança no consumo, mudança na arrecadação do governo e uso do dinheiro público e mudanças na alocação dos fatores de produção. 

Glossário

O que é criação de comércio e desvio de comércio?

Criação de comércio ou trade creation ocorre quando a liberalização comercial expande o consumo devido à redução de preço de produtos anteriormente protegidos ou quando produtos importados tomam o lugar da produção doméstica menos eficiente. Por outro lado, desvio de comércio ou trade diversion ocorre quando uma alteração na política comercial favorece o comércio de produtores menos eficientes (de custo de produção mais elevados) em detrimento de produtores mais eficientes (de custo de produção mais baixos) em função da presença de barreiras comerciais. 

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